Decidi voltar a escrever,
alias, não recordo o porque desta pausa tortuosa que soou para mim, como tempo
de mais. Talvez fosse preciso coragem, força.
Ultimamente, o tempo está
de costas voltas para mim. Não me suporta. É recíproco. As vidas que deixei
para trás também não me olham com bons olhos, empurram-me na calçada quando
pretendo atingir algum fim, troçam de mim quando nada me parece suficiente.
Tropeço em mim, naquilo que fui. Fecho os olhos, respiro fundo, num suspiro
demorado, até que os meus pulmões se encham de ar, continuo. Como sempre fiz.
Todos os caminhos parecem os certos, menos aquele que eu escolhi para mim. A
passividade com que vivo, em nada a mim se assemelha. As palavras correm
esvoaçantes à minha volta, incontroláveis, desordenadas. Resto eu apenas, num
silêncio instável que torna a amplidão da minha vida num cubículo minúsculo.
Resto eu, sem pensamentos concretos, objectivos fixos.
Torna-se impressionante a imensidão de tudo aquilo em que não me tornei.
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